sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mensagem do Osho Centro de Renascimento


A mensagem não é minha, mas achei-a tão bonita que quis compartilhá-la aqui. Ela foi enviada por email pelas terapeutas Dhyan e Ramyata, do Osho Centro de Renascimento.

Mais uma vez, feliz 2011 para todos!

E que comece a contagem regressiva.

:o)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Minha retrospectiva


Coube muita coisa neste ano. Tanta coisa que até assusta.

Parece que foi ontem que 2010 começou. Desci com o Dinho para a Beira Mar a fim de vermos os fogos na praia. Caminhamos no calçadão depois, mas me sentia cansada e voltamos logo. Já era a baita da virose mostrando suas garras. Doença como aquela não quero mais ver. Pegou fígado e coração. Só melhorei no final do mês de janeiro.

Com saúde, a gente enfrenta tudo. Neste ano, couberam 12 dias de silêncio, um fim e um recomeço, um barraco (meu primeiro tapa na cara, meu primeiro revide, meu primeiro BO por questões assim).

Em 2010, coube morar sozinha. Primeiro foi difícil, depois melhorou e ficou ótimo. Não tem mais sabor de novidade, mas ainda assim é bom. Gosto muito do silêncio que me acompanha no café da manhã. Gosto menos dos afazeres de casa, mas eles explicitam que agora sou eu por mim mesma, então tudo bem.

Coube também a felicidade de ver o blog ser acessado 56 vezes em um dia graças a uma história que aconteceu na vida real.

Neste ano, além do apoio dos amigos distantes, coube redescobrir o prazer de sair com as amigas, ver o quanto elas estão sempre aí para o que der e vier. Couberam vários restaurantes: Sah, Santa Grelha, Misaki, Maee, Soho. Couberam filmes e peças, por mais que o Dinho fosse assistir meio sem vontade. Coube até show do ABBA no Mucuripe!

Couberam viagens também. Primeiro Lagoinha no Carnaval, depois Icaraí de Amontada, Natal e Recife desacompanhada.

Couberam enfrentamentos vários neste ano. Venci medos, mas outros ainda me vencem. Questão de tempo, espero. Coloquei em pratos limpos com minha mãe a história de meu nascimento e gostei da sensação de estarmos adultas naquela conversa.

Coube tristeza, coube raiva, coube vida.

Coube amor. Não falo tanto assim porque é nosso e só nos diz respeito. Ly, dinhote.

Enfim, coube tanta coisa que assusta. Aliás, não assusta, não. Isso é só forma de dizer e de exagerar o tanto de coisa. Tanta coisa cabendo assim em 2010 atesta que apenas vivendo a gente vive. E convive com altos e baixos, com tristezas e alegrias, com perdas e ganhos. A gente aprende que tudo é experiência, que tudo escreve a nossa história de vida.

Com esse aprendizado, desejo:

Feliz 2011!

Que ele seja bem largo para caber mais vida.

Para mim e para vocês.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Aconteceu na vida real - Eu quero um amor

Esta é para a gente acreditar no poder de nossas escolhas.

Ela sabia o tamanho da decisão e a importância do momento. Quando clicasse aquele botão, diria explicitamente o não que fecharia uma história. Ele fora o primeiro namorado, uma recaída e várias tentativas. Veio ao Brasil por ela. Anos mais tarde, ela foi a Portugal por ele.

Não deu certo.
Agora era hora de extinguir qualquer possibilidade. Bloqueou-o no MSN e no hotmail para não ler mais qualquer linha dele. Dias depois, decidiu que viajaria no fim do ano. Ligou para uma amiga, e concordaram que o Natal seria em São Paulo e o Ano Novo, no Rio.
Na capital paulista, ela e a amiga viveram dias de turista. Nas andanças, passaram por uma loja. A vitrine mostrava uma blusa com listras brancas e vermelhas que ela comprou, sob o incentivo da amiga, para vestir na passagem do ano. Em outras andanças, encontraram uma igreja. Entrou. Ajoelhou-se e permitiu silêncio dentro. Levantou-se, caminhou ao altar da Santa a quem se faziam pedidos, pegou um papel e escreveu:

Eu quero um amor.

Entregou-o aos pés da imagem. Saiu descompromissada com o destino. Viesse o que viesse. Um dia, viria.No Rio, mais dias de turista. Um imprevisto levou a amiga para Belo Horizonte, e ela ficou só. Aproveitou a cidade sobre seus próprios pés.

Trinta e um de dezembro chegou trazendo uma questão. A roupa listrada não parecia mais tão adequada sem o incentivo da amiga. O fundo da mala guardava a blusa de crochê preferida. Decidiu que algo novo no ano novo não precisava ser a blusa, mas a atitude. Era a de crochê que vestiria com os cabelos soltos para variar e desafiar o calor carioca.

Em Copacabana, se arrependeu da liberdade dos cabelos. Os cachos meio que sufocavam a nuca e as espáduas. Muito calor e muito cabelo. Por que não trouxera o elástico para prendê-los?

Aí desistiu de lutar contra as madeixas e a temperatura, sossegou e assistiu ao início da pirotecnia.

- Os fogos tão bonitos, né? Um sotaque carioca perguntou.

Virou-se para descobrir o Carioca que a abordava. Bateu o olho e gostou.
O Carioca já havia batido o olho e já havia gostado, daí porque veio falando de fogos. Conversaram mais e passaram a noite em companhia um do outro. Começava outra história.
A nova história se alongou tanto que hoje ela e o Carioca se encontram casados, com dois filhos. Um dia, ele confidenciou: o que o atraíra de primeira foram os cachos e a blusa. Aquele cabelo bonito e aquela roupa diferente só podiam pertencer a alguém que refletisse a belezura e a originalidade deles.
Ela se admira de como tudo se encaixou, o que confirma suas crenças. Pequenas escolhas, a viagem, a blusa e o cabelo, fizeram a diferença dentro de um contexto que se descortinou graças a uma grande decisão. Bastou largar o velho e aceitar o novo, pedido aos pés de uma Santa, confiado ao Universo. Viesse o que viesse. Um dia, veio.
Adoro essa história. A "ela" é minha amiga e de fato está casada com o Carioca há quatro anos e tem dois filhos. Achei que daria um bom causo para o fim de ano. Afinal, que época é mais adequada para nos lembrar de abraçarmos o novo?

:o)

domingo, 26 de dezembro de 2010

Transatlântico de Mariana Marques


A experiência de ler Transatlântico foi legal antes mesmo de começar. Entrei na livraria, procurei a moça e perguntei:

- Tu tem o Transatlântico da Mariana Marques?

Enquanto a moça procurava o livro e pesquisava o preço, repeti para os meus botões a frase e sorri. Taí uma pergunta que gostei de fazer. É que Mariana e eu estudamos juntas da segunda à sexta série (se a memória não falha) no Irmã Maria Montenegro. Nunca me passou pela cabeça que, um dia, estaria na Café & Letras comprando um livro dela.

Transatlântico é pequeno e poderoso. Confesso que precisei relê-lo. Não sei se foi a pressa de ver o todo, de saber tudo o que a Mariana tinha escrito, mas a primeira leitura me deixou suspensa. Depois, refolheando, achei o chão e entendi. Então, o que já tinha percebido de lampejo, a beleza da escrita, ficou mais marcante. Depois captei a inteligência por trás da composição do livro. E aí me diverti com os acenos à Fortaleza, que deram sabor de verdadeiro ao Transatlântico.

A Mari tem também um blog, o Beautifro. Lá a gente encontra moda, humor e mais escrita bonita. Da moda, deixo aí o link para clicar e ver. Do humor, colo aqui uma tirada que me fez rir muito. A Mari escreveu sobre um livro de boas maneiras bem antigo. Havia uma seção sobre o comportamento das crianças, e ela transcreveu o seguinte trecho:
- É falta de educação carregar varinhas na mão e bater com elas ou dar pontapés em tudo o que encontra na rua.
Para depois comentar:
E agora, Harry Potter?

(para ler na íntegra, acessar Mil Regras Ilustradas de Boas Maneiras)
Por fim, da escrita bonita, transcrevo um dos trechos mais belos que li recentemente:
Hoje vi dúzias de pés de acácias pela Aldeota, todas abarrotadas de manchas amarelas em forma de flor.

(para ler na íntegra, acessar Um pouco de vida na jardineira).
Lindo, não?

domingo, 19 de dezembro de 2010

Clube do Renascimento de Fortaleza


Alguns dias atrás, uma pessoa me procurou através do blog perguntando por "postos de atendimento de Renascimento em Fortaleza". Com isso, percebi duas coisas. A primeira delas é que talvez seja oportuno definir melhor o que é Renascimento. A segunda é que já falei e divulguei workshops de Renascimento aqui no Reflexos, mas que nunca apresentei o Clube do Renascimento de Fortaleza.

Renascimento é respiração, é terapia da respiração consciente. Você respira de um modo específico, durante um período determinado, estando sempre consciente de tudo o que sente, estando sempre presente no momento. Prefiro não detalhar a técnica porque receio que alguém possa tentar fazer a primeira vez sozinho. Não é que seja perigoso, mas é que, quando se estreia no Renascimento, é sempre bom ter suporte de pessoas preparadas para tal, que são os terapeutas renascedores.

Acabou de me ocorrer de também fazer uma pequena observação. Amigos meus já fizeram um tipo de respiração que chamaram de Renascimento, aplicada pelo Padre Domingos, responsável pelos cursos de eneagrama aqui em Fortaleza. Esclareço que a técnica de que sempre falo aqui no blog não é a mesma utilizada pelo Padre Domingos, que é dita respiração alotrópica. O Renascimento que pratico e que é difundido pela terapeuta Ramyata é mais suave e ritmado, sem exigir qualquer esforço. Pessoas que buscam conhecer o Renascimento devem ter em mente que há diversos tipos de técnicas de respiração categorizadas sob esse mesmo nome. Só posso atestar pelos efeitos da que pratico.

Prontinho. Falei da técnica, agora falo do Clube do Renascimento de Fortaleza. O Clube tem quatro coordenadores, Cris, Gustavo, Mairta e Ricardo, que fizeram a formação em Renascimento com a terapeuta Ramyata e que, portanto, são terapeutas renascedores. Eles são produtores da Ramyata em Fortaleza, de forma que organizam e promovem os workshops e o Treinamento Básico e Avançado em Renascimento quando tais eventos ocorrem aqui na terrinha.

Além disso, o Clube promove sessões de Renascimento duas vezes por mês no Instituto Ânima. Qualquer pessoa pode participar desde que telefone antes para os coordenadores. É deles também a iniciativa do Workshop de Renascimento na água, aplicação pioneira no Brasil de um trabalho elaborado pelo terapeuta Bob Mandel (ver Rebirthing).

Ultimamente, o Clube vem produzindo trabalhos de outros terapeutas. O que se encontra mais próximo de ocorrer é o Holiday Retreat com Talib e Shubhaa, em janeiro no Osheanic.

Contatos? O orkut do Clube pode ser acessado aqui. Seu email é clubedorenascimento.fortaleza@yahoo.com.br.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Colaborem com o Natal de Amor

A compaixão e prontidão para ajudar o próximo estão presentes em todos nós. Você provavelmente contribui mensalmente para alguma instituição, comove-se com a necessidade do outro, sente-se pronto para ajudar.

No entanto, há pessoas que dão um passo além e exercem essa compaixão e prontidão sistematicamente, engajando-se em projetos que lhe custarão não só dinheiro, mas tempo e ação. Proatividade a serviço da filantropia. Disposição para a entrega de si ao próximo.

É isso que faz o grupo que organiza o Natal de Amor. Para saber mais, leia esta matéria dO Povo. Nela, há os endereços para recebimento das doações e o telefone de contato.

Uma amiga minha repassou o email do Maurício, um dos coordenadores do projeto, relatando as últimas atividades:

Meus amigos, estamos muito felizes e agradecidos a Deus por ontem (12) termos iniciado as embalagens dos kits padronizados do Natal de Amor 2010 (Fotos em anexo). Nesse primeiro dia de embalagens conseguimos concluir o seguinte:

· 826 Kits de Higiene (1 escova de dente, 1 sabonete, 1 aparelho de barbear descartável, 1 pente e 1 creme dental).

· 631 Kits Maternidade (5 fraldas descartáveis, 2 camisetinhas para bebê, 2 fraldas de pano e 5 absorventes noturnos).

Agradecemos a todos que já nos ajudaram com suas contribuições!!!

Estaremos reunidos novamente no próximo final de semana para continuarmos os trabalhos de embalagem dos kits. Para concluirmos a embalagens de todos os kits que serão distribuídos no dia 25/12 pelo Natal de Amor ainda precisamos dos seguintes produtos:

· 1.115 tubos de creme dental;

· 2.083 escovas de dente;

· 1.744 aparelhos de barbear descartáveis;

Aceitamos doações em dinheiro, pois ainda precisamos comprar 357 brinquedos no padrão Natal de Amor (bonecas e carrinhos novos).

A tarefa é árdua, mas contamos com ajuda e colaboração de todos vocês.

Grande abraço.

Maurício Oliveira

(85) 9997.7358

Que tal você contribuir também?

domingo, 12 de dezembro de 2010

Ganhei um selo!

A Márcia me presenteou com este selo:


Muito obrigada, Márcia querida!! Vocês podem conferir aqui o blog da Márcia Denardi, apreciar a escrita dela e suas resenhas e suas novidades de si mesma.


Para não quebrar a corrente, tenho de citar a pessoa de quem recebi o selo e indicar mais cinco blogs e avisá-los. Já cumpri a primeira tarefa, então vamos à segunda. Meus blogs indicados são:








Deixo menção honrosa ao Bandeira & Marinho Arquitetura (e agradeço pelo convite de ontem) e ao Divagações Públicas (cujo dono não para em casa).

Aleatórios

Estou estudando para a prova escrita de francês. Enquanto faço um intervalinho, compartilho com vocês fatos aleatórios, só para sacudir a poeira que descia sobre este pobre blog abandonado...

- Hoje é o aniversário do meu primo M. Parabéns, M!

- Detesto meu caderno de exercício de francês. Ele disponibiliza um espaço deste tamanho para uma resposta deeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeste tamaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaanho!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

- Minha casa está uma bagunça por causa dos dás. Não tempo, trabalho, canseira. E, porque, às vezes, vontade de fazer o que der na telha e dane-se faxina.

- Meu computador ficou cinco dias sem funcionar.

- Não entendo meus vizinhos. Um deles acabou de chegar com a filhinha (que é fofa), e ficou tocando, tocando, tocando, tocando a campainha. Ouvi tudo porque o quarto onde estou fica bem do lado da porta deles. Perguntei a mim mesma: "Quando é que ele vai concluir que não tem ninguém em casa?" Mas eis que ele saca do celular, telefona para alguém e diz: "É claro que não tô com a chave, ou já teria entrado." Meu Deus, havia efetivamente alguém dentro de casa que preferiu ouvir a campainha soar insistentemente a abrir a porta de uma vez por todas.

- Descobri que meu blog consta na blogroll do Doidos por Cinema. Adorei!

- Outro problema com meus vizinhos e portas: são incapazes de fechá-las; apenas as batem.

- Hoje Dinho e eu vimos o Sol nascer a caminho da praia. Muito legal e muito lindo.

- Fiz um Workshop de Renascimento na água no fim de semana passado. Depois conto tudo.

Fico aleatoriamente por aqui.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1


"Harry Potter realmente deixou de ser um filme de criança."

Esse foi meu terceiro pensamento após ver o longa.

O segundo foi "Excelente!"

E o primeiro foi "Hã?" - em resposta ao final abrupto, mas significativo dessa primeira parte de Harry Potter e As Relíquias da Morte.

Vou escolher o meu segundo pensamento, o Excelente!, para continuar este post.

Adorei, adorei o filme. E olha que nem teve romance!, rs. A questão é que, nesta sequência de Harry Potter, há mais tempo para cuidar dos detalhes e da relação entre as personagens, que é o ponto forte do longa ao meu ver. Harry Potter e as Relíquias da Morte deixou de ser filme infantil porque é mais sombrio e assustador, mas também porque maturou o relacionamento do trio Harry, Hermione e Ron. Estampa o peso da tensão que recai sobre os três e o desgaste que a relação sofre sob as circunstâncias em que as personagens se encontram.

Esse é o fator que me faz não entender certos críticos de cinema. Li a resenha na Veja de Isabela Boscov (a quem admiro pela capacidade de falar sem contar) e ela acusa o filme de encher linguiça! Sinceramente, não entendi. Quantas vezes não li artigos criticando um filme por não conferir densidade às personagens, e agora, justamente neste último longa de Harry Potter, - em que questões sobre confiança, ressentimento e medo são levantadas, em que, por exemplo, a insegurança de Ron é desvelada cruamente -, justamente agora o filme é acusado de encher linguiça?! E ainda que as cenas de exílio dos três amigos sejam desconsideradas, os momentos de ação ensejados pela busca às horcruxes ou pelos confrontos com Comensais da Morte, o pequeno conto narrado por Hermione (uma animação linda, diga-se de passagem), os vislumbres sobre a história pessoal de Dumbledore, tudo isso é necessário e está no longa por dois motivos. O primeiro deles é preparar o terreno para entender o desfecho da obra; o segundo, conferir ritmo ao filme, que, por mais que o sintamos longo, nunca chega a ser enfadonho.

E mesmo assim, o filme é acusado de encher linguiça?!

Hã? (e dessa vez não é pelo final do longa).

Deixada de lado minha indignação de fã, realmente considero Harry Potter e as Relíquias da Morte um bom filme, que faz jus aos seus antecedentes e que nos prepara satisfatoriamente para compreender o fim da saga.

E digo mais:

Tô de mal, Isabela Boscov. ;o)

domingo, 14 de novembro de 2010

Home sweet home


De volta de novo, desta vez de Recife, desta vez viajando sozinha. Fui tirar o visto no Consulado Americano e resolvi matar duas baratas com uma chinelada só (preferível a matar coelhos com cajados) e enfrentar meu medo de viajar sem acompanhante.

Cada vez mais descubro que, uma vez vencido o medo que você tem de uma coisa, mais bestas parecem o medo e a coisa. Tinha tanto receio de viajar sozinha, e foi tudo tão fluido e tão legal. Resolvi seguir com a maré e dei sorte com o que encontrei. Como sempre tenho a necessidade de planejar tudo, decidi fazer diferente e ver no que dava. Saí de Fortaleza sem programação alguma, com exceção das dicas que a Lu havia me passado. Cheguei ao hotel quase ao meio dia da quinta-feira, descobri, às 13h, que partiria um city tour dentro de quarenta minutos, paguei o passeio, engoli o almoço e zarpei de van para conhecer Recife Antigo e Olinda.

No dia seguinte, fui para minha entrevista no Consulado. Pedi que o hotel me chamasse um táxi e então descobri o Seu Xexéu, o taxista mais chapa que já conheci. Marquei com Seu Xexéu a ida para a Oficina Brennand à tarde. Quando ele viu que o que mais me empolgava era a área verde e a porção de Mata Atlântica que nos cercava, acabou me levando, sem cobrar nada extra, para conhecer o Instituto Ricardo Brennand. Infelizmente não deu para entrar porque estavam fechando, mas tive uma prévia que me inspira a revisitar Recife num futuro próximo.

No terceiro dia, resolvi dar uma relaxada. Fui só à praia e ao shopping. No quarto dia, não havia muito tempo, então restou curtir o hotel e arrumar as malas para voltar.

Falando em hotel, deixo mais uma dica de hospedagem. Gostei muito do Hotel Aconchego. A estrutura é bem simples, mas adorei o serviço. Eles oferecem transfer do aeroporto para o hotel, o que achei muito útil. O restaurante e o bar estão abertos durante todo o dia, e os preços são acessíveis. No cardápio, há desde pratos mais feijão-com-arroz a opções bem diferentes. Num dia em que me senti mais ousada, arrisquei pedir um peixe com crosta de canela e molho de goiaba. Até agora estou em dúvida se recomendo ou não, rs. Outro ponto positivo para esse hotel é sua localização: basta descer algumas quadras e estamos na praia de Boa Viagem; bastar subir alguns quarteirões e dobrar algumas esquinas e chegamos ao Shopping Recife.

Enfim, tudo correu muito bem. Gostei da experiência de viajar sozinha. Parece que as conversas com as pessoas que encontramos ganham mais valor. Mas hei de admitir que olhava o sofá do bar, a piscina e a mesa de sinuca do hotel e pensava que bom mesmo era estar ali acompanhada dos amigos e do Dinho. Sem falar que assim a gente curte viagem sem curtir saudade...

Bom, fica pra próxima. Afinal, ainda faltou conhecer Porto de Galinhas e o Instituto Ricardo Brennand, entre outras muitas coisas.

p.s.: A foto não é minha. Seu Xexéu morreu de rir quando eu disse que precisava criar vergonha na cara e comprar uma máquina fotográfica, mas a verdade nua e crua é que viajei e não tirei uma foto!

sábado, 6 de novembro de 2010

LDN de Lily Allen

No recital que houve na minha escola de música, uma aluna cantou LDN acompanhada somente de violão. Ficou muito legal. Foi nessa oportunidade que conheci a música, que já foi hit e eu nem soube, rs.



:o)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Me divirto ou sinto pena?

Estou num dilema. O que faço quando descubro que a pessoa que me escreveu um email jurando que só nutriria INDIFERENÇA por mim é a mesma pessoa que acompanha pela internet minha vida, mais notadamente, as notícias de minha vida amorosa? O que devo fazer?

Me divirto ou sinto pena?

Talvez ela só se interesse em dicas de hospedagem para viagens românticas? Bom, se for isso, então vou ser solícita:

- Villa Mango em Icaraí de Amontada é muito, muito bom. O lugar é paradisíaco e os bangalôs são um charme.

- Das Flores Inn em Natal é ótimo, embora consideravelmente mais simples. Mas é também aconchegante.

- Hotel Gran Marquise em Fortaleza, pasme, deixou a desejar. Compramos o pacote do dia dos namorados e, por mais que a vista para o mar fosse magnífica, eles nunca trouxeram a porção extra de batata sauté que pedimos.

Satisfeita, pessoa INDIFERENTE?

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

De volta

De volta de Natal! É, nem avisei que ia e já fui, rs. Aproveitei o feriado para conhecer com o Dinho a capital do Rio Grande do Norte e a praia de Pipa.

Adorei Natal. É engraçado, mas quando ouvia pessoas dizendo que gostavam da cidade por ser limpa e organizada, imaginava-a quase como uma cidadezinha de interior. Concepção mais equivocada que a minha, impossível. Natal é grande e ampla, pelo menos por onde andamos, e acho que dá umas liçõezinhas para Fortaleza no tema engenharia de trânsito. Por mais que eu seja incomensuravelmente leiga no assunto, é inegável que o trânsito flui bem melhor lá, mesmo com esse aumento notável no número de veículos que houve nos últimos anos.

Como cada vez mais percebo o valor de indicações de hotéis e pousadas quando viajamos, vou deixar registrada a experiência que tivemos na Das Flores Inn, uma pousada a um quarteirão da Praia de Ponta Negra. Achei o local bem charmosinho: é fofo que cada quarto tenha nome de flor. Ficamos no quarto Helicônia, que é mais simples, mas ainda assim possui uma varandinha (com vista para o muro, infelizmente). Há frigobar, ar condicionado, ventilador de teto, TV e internet wireless. Adorei o banheiro por ser grande e adorei o chuveiro por ser forte e ter água quente sem precisar estar coordenando duas torneiras que parecem nunca se comunicar (não coleciono boas lembranças com chuveiros e água quente). Deixo registrado somente que o café da manhã é bastante simples e que nunca limparam a piscina enquanto estivemos lá. No entanto, isso é bobagem diante do quão agradável e tranquilo é o lugar.

E Pipa... Uau! Amei a praia, o mar calmo, as lojinhas e restaurantes... Que lugar legal. Não fomos ver golfinho algum porque já me provoca enjoo só olhar o balanço daqueles barcos minúsculos, mas mergulhamos na maior piscininha que vi e cochilamos à sombra das falésias (e isso é quase poético :o).

Bateu até desânimo em voltar para a vida real, mas era o jeito...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Aconteceu na vida real - O ceguinho

A dona E. sempre se compadecia do ceguinho. Acontecia de vê-lo quando ia comer pizza lá no Canecanto. Sentadinha à mesa, os cotovelos sobre o granito do tampo, o queixo sobre as mãos de dedos entrelaçados, dona E. o avistava ainda longe. Ele segurava o braço de um garoto, que fazia as vezes de guia. Andavam devagar, testando o terreno até subirem a calçada da pizzaria. Depois paravam de mesa em mesa, pedindo uma ajuda pro ceguinho, pelamordedeus.

Quando alcançavam a mesa em que dona E. costumava sentar-se com marido e filhos, ela já tinha pescado os trocados de dentro da bolsa. Entregava as moedas à mão calejada do ceguinho. Prestava atenção naquelas pálpebras sempre cerradas, e invariavelmente sentia um aperto no coração de tanto dó. Em sua opinião, cegueira era pior que mudez ou surdez. Morria de medo de perder a visão.

Coitado do ceguinho.

Vez e outra, mesmo quando não estava esperando a pizza do Canecanto, lembrava-se do ceguinho. Como será que vivia? Os trocados seriam suficientes? Da próxima vez, aumentaria a ajuda. Podia perguntar sobre sua vida. Indagar da cegueira não devia ser muito educado, talvez tocasse em feridas. Mas poderia conhecer um pouco mais do ceguinho.

Como a vida é bem engraçada às vezes, o desejo de dona E. em saber mais sobre o ceguinho foi atendido, e o foi por intermédio de seu filho mais novo, o R. Um dia, o R. chegou em casa como se tivesse desvendado um grande mistério. Entrou na cozinha com um certo ar superior, pois, pela primeira vez na vida, sabia mais que sua mãe. Encontrou dona E. cortando cebolinha para incrementar o arroz do almoço. Contou o que descobrira.

E deixou dona E. de queixo caído.

É que, enquanto o R. esperava o ônibus na parada, ele avistou o ceguinho descendo a ladeira.

Andando de bicicleta.

De sorriso e olhos bem abertos.
Floreei um pouquinho, mas o fato principal aconteceu assim mesmo: a mãe de uma amiga minha sempre ajudava um ceguinho, que, mais tarde, foi flagrado andando de bicicleta pelo filho dela.

Fazer o quê? Acontece, né?

sábado, 23 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2

Este post saiu com uma semana de atraso, mas saiu, rs.


No final de semana passado, fui assistir ao Tropa de Elite 2. Confesso que estava um pouco desconfiada. É muito comum diretores e roteiristas perderem o rumo na sequência de filmes de sucesso. Acho que interpretam equivocadamente o que teve apelo ao público e investem em elementos que não têm nada a ver com a essência do primeiro longa. Penso que isso aconteceu em Piratas do Caribe por exemplo, e me disseram que igualmente ocorreu com Matrix.

Convenhamos, havia a possibilidade de Tropa de Elite 2 dar muito errado. Poderiam carregar a mão na pancadaria e nas cenas de efeito, poderiam querer aplacar os críticos do filme anterior e "melhorar" o anti-herói Nascimento (Wagner Moura).

Que nada.

Tropa de Elite 2 tem pancadaria e tem Nascimento; aquela na medida certa, este tão politicamente incorreto quanto sempre foi. Em relação aos murros e tiros, nada a comentar, a não ser a qualidade das sequências de ação. Em referência à personagem principal, bem... não tenho outro modo de dizer: Nascimento me diverte tanto quanto o rabugento Dr. House. Sei da diferença abismal entre os dois, sei dos extremos que ocupam (afinal, um mata com gosto; outro salva meio a contragosto), mas ambos prendem meu interesse porque são o que são, sem concessões aos outros, com permissão somente para si próprios.

Também sei que filmes como Tropa de Elite ferem os mais conscientes da importância dos Direitos Humanos. Recordo bem da polêmica que o primeiro longa causou e do risco que ele promove em licenciar mais intolerância do que já existe. Menos em defesa do filme e mais para refletir, ressalto que nenhum extremo é salutar. É que me parece que predominam na cinematografia nacional filmes de contextualização dos criminosos, que demonstram como a miséria e a falta de perspectiva condicionam o homem à violência. Nesse cenário, é fácil perder-se de vista que há um outro lado, talvez até mais multifacetado. Porque mais rico do que avaliar o que leva uma pessoa a entregar-se ao tráfico ou ao roubo, é entender o que não leva outros tantos que vivem na mesma situação a fazer o mesmo. É perceber que, por mais difícil que seja, talvez haja sempre uma escolha. Pode ser um choque ver que pessoas optam em ser violentas - e aí a opção se aplica tanto a bandidos quanto a policiais. E se é justificável contextualizar a realidade de um criminoso, por que não ocorre o mesmo com a de um policial?

Deixando as reflexões de lado, fica o palpite: quem gostou do primeiro Tropa de Elite vai gostar deste também.

Olha só quem é o primeiro lugar


Recebi por email a notícia e estava louca para divulgar aqui no Reflexos. Lembram a Marcelinha, a Marcela Magalhães de Paula, autora dessa crônica que postei no blog?

Pois bem, a Marcela venceu o Prêmio Literário da Embaixada do Egito em Roma! A Capes divulgou o fato:
A bolsista de doutorado Pleno no Exterior, Marcela Magalhães de Paula, recebeu o primeiro lugar no Prêmio Literário da Embaixada do Egito em Roma. A cerimônia foi realizada na noite do último dia 6, no Palazzo Brancaccio, na capital italiana. A premiada é doutoranda da Universidade de Bolonha, onde realiza estudos de literatura comparada lusófona, abordando mais especificamente a literatura africana.

Marcela recebeu, além de medalha de reconhecimento do departamento de Cultural Affairs & Missions Sector, um certificado e uma viagem ao Cairo. A estudante já havia recebido este ano o segundo lugar do prêmio de visibilidade à pesquisa da universidade pela tese que desenvolve: Problemas de formações literárias no(s) ATLÂNTICO(s) SUL: o caso africano.

Vocês podem ver a matéria na íntegra aqui.

Gente, não é o máximo? Sabe aquelas pessoas que dizem que se realizam tendo amigos famosos? Estou quase quase me sentindo assim, rs. ;o)

Parabéns, Marcela!!

sábado, 16 de outubro de 2010

Um espelho a "contrario sensu"


Ah, finalmente sentei para escrever este post, que estava martelando há tempo na minha cabeça.

Tive a oportunidade de participar de mais um Workshop de Renascimento no último fim de semana de setembro. Dessa vez, fui assistente e gostei muito da experiência. É gostoso dar suporte para as pessoas que estão experienciando a técnica, principalmente quando o fazem pela primeira vez.

No entanto, devo dizer que o mais marcante nesse trabalho foi ter estado na companhia do meu irmão, que foi à palestra, gostou do que experienciou e quis fazer parte do evento (para entender de que palestra e workshop estou falando, ver este post aqui).

Para explicar por que essa experiência foi marcante, começo falando de uma metáfora. Foi preciso vencer uma resistência antiga, mas hoje em dia gosto de trabalhos em grupo porque me proporcionam vários espelhos (e aprendi a importância disso graças à minha analista). Escuto as pessoas e percebo que muitas de suas questões são as mesmas que tenho. Essas pessoas espelham minhas dificuldades, meus sentimentos, minhas dúvidas, até meus draminhas! É enriquecedor perceber meus padrões reproduzidos em outras pessoas; isso proporciona um instrumento para análise de mim mesma. Como se trata de terceiros, fica mais fácil compreender meu comportamento porque ganho uma objetividade que nem sempre é tão aguda quando se trata de olhar somente para mim. Tendo isso em mente, estava curiosa para ver quem me serviria como espelho, e quais questões, padrões e comportamentos seriam espelhados.

No entanto, nesse workshop, o que me encantou não foi o que existia de comum entre mim e as outras pessoas, mas sim o que havia de diferente entre mim e meu irmão. Enquanto crescíamos, sempre gostei de perceber no que diferíamos. Era um modo de notar o que era próprio meu ou dele ou o que provinha da educação que recebemos.

Pois bem, durante o evento, meu irmão foi um espelho a contrario sensu. Foi importante ver o que ele tinha que eu não tinha. Foi interessante não ver um padrão meu reproduzido nele. Em síntese, o que ele não espelhou é que revelou uma imagem de mim mesma.

Percebi o quanto somos diferentes quando inseridos em um grupo. Quando estou entre várias pessoas, sinto uma certa paralisação, um desconforto. Em regra, me sinto muito bem quando interajo com pessoas, mas desde que em número limitado. Basta ter a atenção de um grupo para experimentar uma certa insegurança (embora isso não se aplique quando dava aulas). No caso de trabalhos como o Workshop de Renascimento, sempre que chega o momento de compartilhar as experiências durante a técnica, bate aquela sensação de que nada do que vou dizer vai interessar. Por essa razão, sou sempre a última a falar, na vã esperança de que se esqueçam de mim e de que não tenha de efetivamente dizer qualquer coisa.

Meu irmão, por outro lado, não só falou e interveio com desenvoltura, como se voluntariou a compartilhar! Nem consigo expressar a surpresa que foi perceber que somos diametralmente opostos nessa questão. Isso me fez perceber o quanto esse problema é só meu (no sentido de não provir da nossa formação) e me indaguei onde forjei essa insegurança. Até agora, consigo somente enxergar minha vivência no colégio. Acho que não reagi bem ao papel de melhor aluna que me impus. Criei a pressão de que sempre devia dar a resposta certa, de forma a preencher as expectativas que pensava terem de mim. Naquela época mesmo, dizia para os meus botões que ninguém se importava tanto assim se eu errasse ou acertasse, mas acho que não consegui me convencer, rs. Como consequência, preferia muitas vezes só me calar.

O problema é que isso me parece mais um sintoma do que a causa do desconforto e da insegurança, então continuo sem respostas por enquanto.

E fico por aqui.

sábado, 9 de outubro de 2010

Não entendo

De volta ao mundo virtual. Alguns eventos andaram modificando minha rotina nesses dias, e fiquei colecionando ideias que queria transformar em posts até poder sentar na minha cadeira com a tranquilidade de que preciso para escrever.

Dos vários temas que circulam pela minha cabeça, hoje escolho falar da minha prima Isabele. Na quarta-feira passada, lembrei que foi graças à Isabele que ouvi falar da Madona pela primeira vez. Eu era criança ainda, e brincava com ela no seu quarto enquanto ouvíamos uma música. Aí meu pai apareceu na porta, encostou-se com os braços cruzados sobre o peito e censurou:

"Como é que se gosta de Madona?"

Não sei bem o que a Isabele respondeu, mas acho que defendeu seu gosto musical e a artista. Aliás, acho que a primeira vez que ouvi alguém falar em inglês foi com a Isabele. E o primeiro e único coração que vi desenhado em uma estante, representando a paixonite por algum colega de escola, foi também com a Isabele.

Lembrei de tudo isso enquanto estava sentada no velório da Isabele, na AABB de Itapipoca. Infelizmente minha prima faleceu aos 33 anos de idade, deixando dois filhos, marido, pais, irmãos, tios e primos sem entender muito bem.

Aliás, devo dizer que eu não entendo muito bem. Não é que não compreenda a morte. Não entendo muito bem é como é que se convive com uma ausência, no nível mais físico que isso pode significar. Sabe aquele verso da música do Chico Buarque que diz "A saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu"? É dessa ausência que falo, dessa ausência que transparece nas coisas do dia-a-dia que ficaram para trás, parecendo sem utilidade.

Não entendo muito bem o que é que o marido da Isabele vai fazer quando abrir um armário cheio de roupas que ela não vai mais vestir. Não entendo muito bem como é que seus filhos vão lidar com o lado vazio na cama de casal quando eles tiverem medo de dormir sós e forem para o quarto dos pais. Não entendo muito bem como é que meus tios vão comemorar aniversários ou natais com apenas três dos quatro filhos que tiveram.

Essa ausência sempre me assusta quando penso na morte. É a medida da perda sentida no mundo cotidiano, é um vazio que preenche um espaço, que chama a atenção para aquilo que não ocupa mais. Desconfio que nem crença espiritual alivia essa dor... somente o tempo deve servir como algum remédio, depois de o tempo passar bem muito.

E fico por aqui porque, já que não entendo, não sei como terminar este post.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Post com cara de tweet

Ô vontade de postar sobre minha experiência no workshop de Renascimento, mas as provas de francês (e a leitura do L'étranger) não me permitem...

Até breve.

:o)

sábado, 25 de setembro de 2010

Mariposas e Borboletas, de Marcela Magalhães de Paula

Na Faculdade de Direito, participei de um projeto de extensão chamado Curso Paulo Freire. Um de nossos objetivos era possibilitar aos alunos egressos da escola pública a oportunidade de frequentar um curso preparatório para o vestibular.

Na época, era professora substituta de português e auxiliava na correção das redações. Havia sempre bons textos, mas uma aluna invariavelmente entregava redações tão bem escritas, tão originais, tão literárias que me faziam esquecer a função de corretora. Essa aluna era a Marcela, que passou no vestibular para Letras, graduou-se, foi aprovada em primeiro lugar no Mestrado de Literatura da UFC, cursou ainda outro mestrado e agora conclui um doutorado na Itália! Ainda por cima, é a próxima mamãe do pedaço.

Um dia desses, pedi um texto à Marcelinha para poder postar aqui e oferecer a vocês a chance de se deliciar com sua escrita. Nesta semana, recebi esta crônica, que obteve o primeiro lugar no Prêmio Unifor de Literatura 2009, primeira edição. Não é linda?


Mariposas e Borboletas

Realmente acreditar na literatura, a arte encantatória, é uma armadilha, mas esta é uma advertência tardia, pois a presa já foi capturada e, aqui agora, começo a pensar se, e que, há uma entidade independente na arte e na vida que é a própria literatura. Certamente, muitos já pensaram assim. O que nos resta observar agora é se ela tem uma sadicidade e, então, nos matará cruelmente como uma nota aguda, única, contínua de um piano-faca ou se ela se apiedará e aí que nos mate de um só golpe.

O pior é que se pensarmos nela como Entidade então fatalmente também estamos admitindo que somos usados, meros instrumentos de uma criação inglória. Não somos Deus nem na ficção, nem nessas paredes nem em qualquer mundo. Não somos Deus e Deus é só para quem tem medo de solidão, de água pingando e respingando nas mesmas paredes geladas, de menina chorando sentada no chão de um banheiro sujo. Não somos Deus e estamos sozinhos, sem companhia certa nem equivocada. E ai, em qualquer parte do tempo imperceptível (sem que o dia ou a noite abarque) a Entidade vem e ordena coisas, rouba os amigos e as ilusões sobre qualquer divindade- até só o amor- , simplesmente porque sem que ninguém possa te escutar, sem que palavras possam sair à boca, morras sufocada e, se não quiseres, então ela permite escrever, pois é a única opção que resta. O ruim é quando você desobedece ou não se rende a esses caprichos. Ela vai deixando marcas, não nas mão como em SãoFrancisco, mas quase na testa como em Caim. Nos olhos. Na alma. E ela vicia sim e de propósito- aqui está a morte- porque há embriaguez de borbulha na nuca; há desinibição de mordida de gato no trapézio entre ombro e pescoço e com mamilos intumescidos e pêlos arrepiados. Só não há mesmo é esquecimento. Há catarse de dor, mas não o esquecimento dela. É, a literatura é um sintoma. Também: insegurança de quem, mesmo se achando capaz, tem medo da revelação: de si mesmo no papel, das palavras no papel , da exposição dos olhos transferidos para o que sempre será imperfeito: nós e o papel.

Desta insegurança e inaptidão, desta inércia; eu compartilho descaradamente. A Lispector é que, no fim e de início, estava certa finalmente:"escrever é muito perigoso". E eu juro com olhos cheios de lágrimas que sinto a espiritualidade diabolicamente erótica desta literatura do meu coração, desta cordiliteratura aristotélica, desta voz, deste sabor, do fogo e do frio. Do caleidoscópio anestésico que é a literatura, ou melhor, que é me submeter à escritura, que é me entregar ao que não sei o que é direito, nesta juventude velha, de pés descalços no chão quente. Desses buracos na cerca, desse escalar, desse manipular palavras da forma que eu não sabia que fazia: para machucar. E me matam ainda mais aqueles que não me deixam passar a cerca ou pulá-la. É sufocante não dizer o que penso, o que sinto e percebo debaixo da pele das palavras, além dos dedos entrelaçados e a quem de um ponto qualquer de música, dentro das pessoas, das coisas, do mundo e da vida. Uma paixão gratuita. É verdade, aquela pela literatura, a pela vida. Preciso escrever: como uma menina que quebra o vidrinho de doces da sala, num dia de casa cheia de visitas, só para chamar a atenção do pai, só para misturar sangue com açúcar.

A literatura não serve se não for aquela para a vida. Este é o clichê de uma infuga. E, inacreditavelmente, não consigo entender como pessoas que não amam a vida podem entender literatura, pessoas que não amam.Talvez seja assim: a frieza é uma benção para quem não tem pena de abrir sem anestesia um corpo vivo, o corpo da literatura, e consiga abrir a pele, duas vezes como repeti, só para olhar o que tem dentro. São os fortes. Nós, que sentimos muito, somos os fracos, pois subjetividade é fraqueza e pessoalidade é crime de invasão `a propriedade privada, à privacidade. Eu queria um desvio para tudo que me prende. Não consigo nem mais ler, pois as minhas palavras quando vêem as outras, começam a gritar e eu ponho as mãos nos ouvidos do meu coração para não ouvir as súplicas, os gritos infernais, porque elas são crianças presas numa jaula de zoológico, em um parque de diversão, que querem brincar na liberdade colorida do mundo lá fora, do rodopiante, das luzes, das quedas, dos horrores, do algodão doce, da adrenalina, do estar dentro mais do que um estar fora de um tocar. Tudo isso enquanto um homem olha, encostado a uma banca de artilharia viciada, com o pé também encostado à parede do balcão, mastigando, triturando um início de haste de madeira do que já tinha suportado um pedaço de carne ou uma maçã do amor. O caminho é difícil, o desvio é sempre o atalho errado. E o Deus cristão não promete felicidade, o DEUSO, enquanto eu olho chorosa a última gota entre a ponta do dedão do pé e o chão. Eu sou aquela gota de sofrimento que ainda não caiu, que sofre eternamente por um destino não cumprido, por ter feito parte de um deusinho frágil, por essa prova que sou de vulnerabilidade. Por saber da cruz e do homem, simplesmente por saber de mim e dos outros.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Do fundo do baú

Esta é do fundo do baú. Redescobri uma pastinha no meu computador com textos que escrevi no colégio e na faculdade. Um dia desses, conversando com meu amigão Euclides, me surpreendi com o fato de que ele ainda se lembrava desta redação, escrita no terceiro ano do Ensino Médio. Acho que a redigi no período em que estudávamos para a segunda fase do vestibular, porque não me parece que tenha provindo de um tema proposto pela professora. Salvo engano, foi uma ideia que tive e que quis experimentar.

Amélia queria uma vida simples, longe da cidade, ao lado do homem humilde e trabalhador. Sonhava em acordar com o Sol, colher o dia sob os raios do astro e ir repousar com o marido depois da labuta honesta.

Era realista, porém, a Amélia. Sabia dos defeitos de seu companheiro da mesma forma como conhecia a si própria. Embora não se iludisse, entendesse que o casamento fora por conveniência, alimentava uma certa esperança de ser amada como achava de seu direito. Agarrava-se aos mimos que o homem lhe fazia e, nessas horas, permitia que a vil vaidade feminina a enganasse, fazendo-a crer no amor inexistente.

Um dia, flagrou o marido e a empregada enlaçados em êxtase. O homem não resistira ao corpo quente da mulata e rendera-se ao instinto que lhe fazia uma criatura como todas as outras. Amélia sentiu o ódio bombear a adrenalina nas suas veias. Ah, que ela matava aqueles dois!

Não os matou, porém. Quis foi sair correndo, trôpega, o busto arfante, as lágrimas como cristais lançados ao vento. Elevaria seus olhos ao firmamento, a alma soluçando despedaçada, e pediria forças para viver. Nunca estaria tão bela como naquele momento de súplica.

Amélia, entretanto, nem deu os três primeiros passos da tal corrida romântica. Aconteceu que, ao olhar para o céu, não viu a pedra e tropeçou. Tropeçou naquela mesma pedra encontrada pelo poeta no meio do caminho.


Nesse texto, resolvi abordar escolas literárias em cada parágrafo. No primeiro, exponho o ideal de vida simples e bucólica, próprio do Arcadismo. No segundo, entro no Realismo trazendo o tema do casamento por conveniência e tentando fazer uma abordagem mais "psicológica" da personagem. No terceiro, fiz presente um certo determinismo e fisiologismo característicos do Naturalismo. O quarto parágrafo é aquele sentimentalismo eloquente do Romantismo. Por fim, no último parágrafo, tentei ilustrar o Modernismo fazendo uma sátira do romantismo anterior.

Escrevendo este post, me dei conta de que não posso deixar de mencionar o blog da Silmara Franco, porque foi de lá que veio minha ideia de postar essa redação. A Silmara postou dois textos belíssimos escritos por ela ainda na adolescência. Recomendo muito a leitura de O fio da antiga meada e O fio da antiga meada - II. Está certo que não sou uma Silmara Franco, mas quis compartilhar com vocês essa Ana Raquel de onze anos atrás.

E agora vou embora que o trabalho me espera.

:o)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Little Miss Sunshine - The Winner Is

Desde que revi Little Miss Sunshine, essa música não me sai da cabeça ou das caixas de som do computador. Sempre a coloco para tocar quando realizo minhas tarefas mais braçais no trabalho ou quando quero parar por alguns minutinhos em nome da minha paz de espírito. :o)



Não é bonitinha?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Coisas que a gente só descobre morando

Somente depois que me mudei descobri que:

a) Meus vizinhos mais próximos não mudaram. Não mudaram em dois aspectos. São as mesmas pessoas que estavam aqui há mais de onze anos. E são as mesmas pessoas que conservam os mesmos hábitos há mais de onze anos. Eles são incapazes de apagar a luz do corredor, o que torna a atividade banal de dormir à noite impossível para qualquer pessoa que venha a ocupar meu quarto de estudo/hóspede. É que esse cômodo tem uma janela que dá para o referido corredor e a luz ilumina o quarto inteiro. Vou ter de colocar uma cortina no futuro. Despesas, despesas.

b) Devo sempre levar em consideração pelo menos cinco minutos de espera pelo elevador quando for calcular o tempo para chegar em algum lugar. Ele é muito leeeeeeeento.

c) Por falar nisso, devo levar em consideração também o tempo para sair do prédio. O trânsito pode ser muito pesado e, nesse caso, quem é leeeeeeenta sou eu.

d) A porta do box do banheiro me adora. Toda vez que tomo banho, ela não quer me deixar sair. Vou avisar no trabalho que, se um dia eu não chegar, é porque estou presa dentro do meu próprio banheiro. Vou ter de trocá-la no futuro. Mais despesas, despesas.

e) Morar praticamente do lado do consultório da minha analista não significa que não vou me atrasar para a sessão.

Falando em atraso, meus afazeres de segunda feira me esperam. Vou embora deixando esta música. Gosto cada vez mais da minha vida a um, e há dias em que me sinto uma Miss Independent. ;o)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O que é Renascimento? - vídeo com as teraupetas A. Ramyata e Dhyan Ida

Recebi o vídeo por email e amei. Acho que ele explica o que é Renascimento melhor do que meus posts por aqui. Sem falar que adoro ouvir a Ramyata e a Dhyan. Podem conferir:



Fica ainda o lembrete de que haverá Workshop de Renascimento em Fortaleza nos dias 24 (somente à noite), 25 e 26 de setembro (manhã e tarde) no Hotel Comfort. Na quinta, dia 23, a Ramyata proferirá uma palestra gratuita. Quem se sentir indeciso pode dar uma passadinha por lá, conferir e decidir se é o seu momento para se dar esse presente.

Para obter mais informações, é só ligar para os coordenadores do Clube do Renascimento de Fortaleza:

Gustavo- 9921-9797 / 8635-9940
Mairta - 9619-3050 / 3253-4045 / 8877/0628
Ricardo - 8821.2870 - 9659-7844
Cristina - 8678-3883 - 9659-4125

Ah, e quem quiser pode me escrever também, é claro. Estarei à disposição para tirar quaisquer dúvidas sobre a técnica ou sobre o evento. Basta deixar um comentário com um pedido para não publicá-lo e o email para retorno. :o)

domingo, 5 de setembro de 2010

Sobre pais e filhos e a necessidade de permitir sofrimento


Quando estava ainda no segundo ano do Ensino Médio, recebi uma oferta de meia bolsa para cursar o pré-vestibular no Colégio Geo. Do fundo do meu coração, não queria ir. Durante toda a minha vida, havia estudado no Irmã Maria Montenegro. Meus amigos e professores estavam lá. Não me importava nem a suposta melhor qualidade de ensino do Geo; para mim, meu lugar era onde sempre estivera.

Mas a situação financeira do meu pai pedia que eu aceitasse a proposta. Na segunda-feira que iniciou o ano letivo de 1999, fui estudar no novo colégio. Fiquei no Geo.

Por apenas quatro dias.

Exatamente. Retornei para o Irmã Maria depois de apenas quatro dias. Minha mãe e minha tia, preocupadas com a tristeza em que eu me encontrava, resolveram interceder. Minha tia conversou com a diretora do Irmã Maria, que me conhecia desde criança, e que acabou por me conceder o mesmo desconto que o Geo ofecera.

Voltei na sexta para o Irmã Maria com um sentimento de fracasso. O pensamento que me vinha constantemente era o de que não fora capaz sequer de mudar de colégio. Era fato que havia ficado muito triste nos três primeiros dias na escola nova; no entanto, as coisas haviam começado a melhorar na quinta-feira, dia que ignorava ser o último por lá.

Recentemente me peguei pensando em como minha vida poderia ser diferente se tivesse permanecido no Geo. Talvez lá eu nunca fosse uma das melhores alunas da sala, e isso contribuiria para minar minha busca por essa perfeição ou esse pedestal que não existem. Talvez houvesse feito muitos outros amigos, e um deles tivesse sido meu primeiro namorado. Talvez viesse a acreditar mais em mim por ter vencido um desafio, e esse medo paralisante que sinto às vezes não fosse mais um problema. Tantas coisas poderiam ser diferentes.

O que quero mostrar com essa história?

Que deixar um filho sofrer pode ser a melhor coisa que um pai pode fazer por ele. Talvez isso pareça absurdo, sádico ou irresponsável, mas não o é. O preço de sempre proteger um filho das dificuldades da vida é torná-lo inapto para ela. Como venho descobrindo, invariavelmente quem paga esse preço é o filho.

A questão é que encaramos sofrimento como algo a ser evitado a todo custo, como se nada de bom pudesse nascer dele. Podemos afirmar isso de um sofrimento desnecessário, causado por apego, medo, masoquismo ou qualquer outra causa egoica. O mesmo raciocínio não pode ser aplicado ao sofrimento que é componente da condição humana. É impossível viver sem experimentar perdas, e, se elas existem, é porque ganhos também advirão delas. Nesse aspecto, sofrimento é pressuposto de crescimento.

Sobre isso, gostaria de compartilhar este trecho do livro Um novo mundo: o despertar de uma nova consciência, de Eckhart Tolle:
Se você tem filhos pequenos, ofereça-lhes toda a ajuda, orientação e proteção que estiver ao seu alcance. Contudo, mais importante ainda é: dê-lhes espaço - espaço para que possam existir. Você os trouxe ao mundo, mas eles não são "seus". A crença "Eu sei o que é melhor para você" pode ser adequada quando as crianças são muito pequenas; porém, à medida que elas crescem, essa idéia vai deixando de ser verdadeira. Quanto mais expectativas você tiver em relação ao rumo que a vida delas deve tomar, mais estará sendo guiado pela sua mente em vez de estar presente para elas. No fim das contas, seus filhos cometerão erros e sentirão algum tipo de sofrimento, assim como acontece com todos os seres humanos. Na realidade, talvez eles estejam equivocados apenas do seu ponto de vista. O que você considera um erro pode ser exatamente aquilo que seus filhos precisam fazer ou sentir. Proporcione o máximo de ajuda e orientação, porém entenda que às vezes você terá que permitir que eles falhem, sobretudo quando estiverem se tornando adultos. Pode ser que às vezes você também tenha que deixá-los sofrer. A dor pode surgir na vida deles de repente ou como uma conseqüência dos seus próprios erros. (p. 92)
Hoje, revi Pequena Miss Sunshine com uma amiga. Há uma cena em que o irmão de Olive (a garotinha) implora para a mãe impedi-la de subir ao palco. Diz que as pessoas vão rir de Olive e que a mãe tem obrigação de protegê-la. A mãe, mesmo apreensiva, escolhe deixar Olive decidir. Para o irmão diz, "Eu sei que quer protegê-la, mas temos de deixar Olive ser Olive". Para a filha, esclarece que, se quiser desistir, não há problema, pois todos já estão orgulhosos dela. Olive decide ir. E então começa o trecho mais engraçado do filme.

Que tenhamos a coragem dessa mãe. Sei que não é fácil. Aliás, dado que não sou mãe, é mais apropriado dizer que nem sei quão difícil deve ser. Mas trata-se de um aprendizado por que pais e filhos devem passar.

À minha tia, que sei que visita o Reflexos de vez em quando, digo que não a culpo. Sei que agiu por amor e com a melhor das intenções. Beijo, tia.

sábado, 4 de setembro de 2010

Para não ter medo de renascer

Há mais de um ano, recebi do Aluízio um email com o texto abaixo. Imprimi-o para reler quando quisesse, mas perdi o papel no meio de tantos outros que guardo. Recentemente, enquanto fazia uma hiper-mega-triagem pelas tralhas que andei acumulando, encontrei-o. Nessas horas, até que é fácil acreditar em providência divina ou crer que a Existência trabalha em seu favor, porque parece que esse texto ressurgiu no exato momento em que precisava dele. Foi um alento todas as vezes em que senti medo por causa dessa nova etapa de vida que iniciei.

Diz-se que,
mesmo antes de um rio cair no oceano,
ele treme de medo.
Olha para trás,
para toda a jornada,
os cumes, as montanhas,
o longo caminho sinuoso
através das florestas,
através dos povoados,
e vê à sua frente
um oceano tão vasto
que entrar nele nada mais é
do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira.
O rio não pode voltar.
Ninguém pode voltar.
Voltar é impossível na existência.
Você pode apenas ir em frente.
O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.
E somente quando ele entra no oceano
é que o medo desaparece.
Porque, apenas então,
o rio saberá que não se trata
de desaparecer no oceano,
mas tornar-se oceano.
Por um lado é desaparecimento
e por outro lado é renascimento.

Osho

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Bandeira & Marinho Arquitetura


Acho muito lindo tudo o que os arquitetos Marcos Bandeira e Juliana Marinho fazem. Para constatar o que digo, deem uma olhada nos projetos deles.

Para maiores informações, acessem Bandeira & Marinho Arquitetura ou entrem em contato pelo telefone (85) 3278.6643, pelo email arquitetura@bandeiramarinho.com ou pelo twitter @bandeiramarinho. O site também apresenta postagens com informações sobre o andamento dos projetos e sobre temas variados. Recomendo a leitura do post O valor de um Projeto Arquitetônico para sabermos quanto vale um arquiteto em nossa vida. :o)

Selo Prêmio Sunshine Award

Olha só que legal! Recebi do blog Bandeira & Marinho Arquitetura o selo do Prêmio Sunshine Award! Brigadão, Ju.

Pesquisando por aí, li que o Sunshine Award visa a incentivar, conectar e premiar a comunidade blogueira. Afinal, convenhamos, há muita gente boa escrevendo em blogs e ajudando a fazer a diferença em nossas vidas.

As regrinhas para continuar a corrente são as seguintes:

1- Criar um artigo sobre o prêmio;
2- Criar um link do blog que o indicou;
3- Indicar outros 12 blogs para a Sunshine Award;
4- Informar aos indicados sobre o prêmio deixando um comentário em seu blog e/ou twitter.

Os blogs que indico são estes:

1. blog da Márcia Denardi
2. blog do fabricio
3. blog da silmara franco
4. Galera_D
5. Just breathe
6. Luciana e Woltony
7. Mundo de K
8. Orgonio
9. palavras de Osho
10. para Francisco
11. VILA DESATINO
12. WAKE UP AND LIVE

Beijo pra todos.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Escolhendo as laranjas

Estou de volta ao mundo virtual. Por motivos desorganizacionais meus e administrativos da NET, fiquei mais de uma semana sem acesso à internet no meu apartamento.

Ah, sim... finalmente me mudei.

O que não quer dizer que a mudança mais longa da história terminou. Pensando bem, ela também é a mudança mais mal planejada de que tenho conhecimento. Meu modus operandis é andar com uma caixa dentro do carro. Toda vez que passo na casa dos meus pais, trago alguma coisa pra cá. Assim, divido o todo em partes, e não parece mais tão desanimador mover tudo de um lugar para outro sozinha.

E o que dizer de morar só?

Bem, até agora está sendo uma mistura de sentimentos. Na primeira noite em que dormi no apartamento, até que me senti contente. Era um passo que adiava desnecessariamente, e vencer a resistência que ainda existia tinha ares de uma vitória. Comemorei fazendo uma meditação Kundalini no meio da minha sala, coisa que, se você seguir o link, entenderá que era impossível fazer na casa dos meus pais sem ser chamada de doida.

Mas, quando acordei no dia seguinte, bateu uma tristezazinha. Ela ainda me visita de vez em quando. Não sei bem dizer por que vem, mas aparenta ser referente a um sentimento de solidão. Isso chega até a ser engraçado. Analisando minha rotina com relação aos meus pais e ao meu irmão, nada mudou significativamente. Não éramos uma família que sentava à mesa unida, porque cada um tem seus horários. Não víamos TV juntos porque cada um tem seu gosto e seu aparelho no quarto. De certa forma, éramos sozinhos em grupo. No fim das contas, o que fiz foi apenas mudar de local. Conversar com eles só requer uma ligação ou descer a Carlos Vasconcelos ou a Barão de Studart em direção à praia. Mas, mesmo assim, às vezes olho os cômodos e algo parece faltar. Acho que é porque já moramos aqui juntos.

E aí a mistura continua, e digo que morar só também é muito bom. É um prazer inédito na minha vida encontrar as coisas no exato lugar em que as deixei, por mais (in)apropriado que seja o local. Adoro fazer as minhas compras de casa, inobstante o tamanho da fila no Carrefour. É libertador poder ouvir a música que quero sem ser questionada, cantar e desafinar sem ser criticada, meditar sem ser interrompida. Sem falar que poderei receber meus amigos para papear, assistir a filmes ou tomar banho de piscina. E, paradoxalmente, a mesma solidão que me entristece me agrada às vezes. Ah, já falei do prazer inédito de encontrar as coisas no exato lugar em que as deixei? Não tem preço.

Por fim, explico o título. Quando pensava em me mudar, uma pergunta que vinha constantemente à minha mente era: como é que vou saber escolher as laranjas? É que nunca havia comprado as laranjas do meu suco no café da manhã. Meu pai sempre fazia a feira e eu nunca prestava atenção quando ele as comprava. Então essa indagação resumia todo o meu medo e insegurança de caminhar com as próprias pernas. Aliás, era mesmo uma metáfora para esse processo.

Devo dizer que agora estou escolhendo essas laranjas metafóricas.

Só falta fazer isso com as de verdade. ;o)

sábado, 21 de agosto de 2010

Se enamora

Quando vi esse post do Bruno lá no WAKE UP AND LIVE, fiquei emocionada. Adorava essa música, e ouvi-la na voz de Tiê (que não conhecia) foi um presente.

Caso você esteja se perguntando, sim, é Se enamora do Balão Mágico, mas juro que essa versão está muito linda.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Stand By Me - Playing For Change

O projeto Playing For Change acredita que, através da música, podemos convidar todos à missão de conviver em paz. O trabalho deles é muito legal e pode ser conferido no documentário Songs Around The World. Nesse DVD, há clipes musicais e depoimentos de pessoas que enxergam a música como um intrumento de transformação. É o caso de um professor que organizou um coral de adolescentes católicos e protestantes na Irlanda do Norte.

Se não me falha a memória, tudo começou quando o cara que fundou o projeto ouviu um artista de rua chamado Roger Ridley cantar Stand By Me. Encantado com a performance do cantor, teve a ideia de levar essa mesma música a outros artistas para que somassem vozes e intrumentos à versão de Roger. O resultado é este aqui:



O site do Playing For Change pode ser acessado aqui. Recomendo ainda Don't Worry, em que vocês podem ouvir a voz linda da Tula.

domingo, 15 de agosto de 2010

SAH Restaurante


Ele ocupou o lugar do meu querido Gergelim. Foi por isso que o notei quando passei pelo número 1043 da Av. Barão de Studart. Prometi a mim mesma que daria uma passadinha lá para conhecer e só o que fiz foi adiar e adiar a visita.

Aí recebi um email da G. divulgando o SAH Restaurante. Fui com as amigas S., P. e H. no sábado passado e retornei hoje. Simplesmente adorei a comida. Enquanto saboreava meu lindo e saboroso prato, tive a ideia de indicar o SAH Restaurante aqui no Reflexos. Se algum amigo confiar na minha opinião, resolver ir, e curtir uma deliciosa refeição, estarei espalhando bem-estar em Fortaleza. :o)

O SAH oferece entrada + prato executivo por R$ 25,00 de segunda a sábado. Vocês podem saber mais no blog do restaurante.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O carro está vazio

Há mais de dois anos, rompi a amizade com um colega de trabalho. É claro que foi uma situação muito difícil. Sentia a falta da pessoa, mas parecia imperativo que não nos falássemos mais. Um dia, chegando ao estacionamento da JF, passei pelo carro desse colega. Estacionei o meu, colei a testa no volante e esperei. Esperei pelo amigo. Ele nunca chegava ao trabalho naquela hora, então poderia ser que estivesse dentro do seu veículo me aguardando para que consertássemos as coisas entre nós. Continuei esperando. Chorei esperando.

Nada.

Não aconteceu nada, porque o carro estava vazio. Eu que havia construído uma ilusão. Naquele instante, somente eu fui responsável por meu sofrimento. O problema é que não percebi.

O problema é que não percebemos. Quantas vezes criamos expectativas infundadas? Quantas vezes sonhamos sem resultados? Às vezes, esperamos por fantasmas ou heróis. Outras vezes, esperamos pelo mundo ou pelo destino. No fim, sofremos porque não conseguimos o que desejávamos. Expectativas são frustradas, sonhos se evaporam sem ações para executá-los, fantasmas e heróis não existem de verdade e mundo e destino não nos dão coisa alguma se não sairmos do lugar (e olhe lá).

Estou dizendo para pararmos de sonhar? Minha vontade é dizer que sim, mas esse "sim" envolve toda uma teoria de "aqui e agora" de que não quero falar hoje, porque estou com medo de o blog virar zen demais para o meu gosto. Então não vou dizer que devemos parar de sonhar, mas que nunca ignoremos a realidade. Se tiramos o pé do chão e nos perdemos no emaranhado que é a nossa cabeça, sempre com desejos de ser mais, de ser especial, de querer mais, somente conseguimos frustração e sofrimento. Tudo debitado na nossa conta por nossa conta.

Hoje a situação que narrei quase se repetiu. A diferença foi que, dessa vez, lembrei:

O carro está vazio.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Um novo mundo: o despertar de uma nova consciência

Terminei esse livro neste sábado e estou me preparando para relê-lo. O motivo para isso é que se trata de um livro profundo e transformador na proporção em que se está aberto para ele. Como temos várias camadas, quero estabelecer um novo diálogo com a obra. Gostaria de ver se ela fala mais fundo para mim.

Recomendo muitíssimo essa leitura a todos, mas aceito a possibilidade de que nem todos serão tocados por ela. É que o autor Eckhart Tolle fala de coisas que podem ser estranhas para quem não tem contato com essa forma de viver o mundo de que tratam os chamados "mestres espirituais". Por exemplo, reconhecer que eu não sou meu pensamento, que sou a consciência que serve de pano de fundo para ele, é uma noção no mínimo inédita para muitas pessoas. E pode ser que não seja visível para elas o benefício que se colhe ao se ter o reconhecimento desse fato. No entanto, se alguém sente a necessidade de mudar de paradigma, deve começar de algum lugar, e esse O despertar de uma nova consciência pode ser o ponto de partida, nem que depois seja também um ponto de retorno.

No livro, Eckhart Tolle trata do ego (o "eu mental"), dos papéis que representamos inclusive quando somos pais, da necessidade de estarmos conscientes do ego para diminuí-lo, do exercício em aceitar essa diminuição do "eu-mental", do sofrimento como porta para essa redução (desde que seja sofrimento consciente), da importância de estarmos presentes no momento e como essa condição de presença nos permite estar alinhados com o que somos verdadeiramente. Na realidade, ele fala de muito, muito mais coisas, inclusive sobre ego coletivo e corpo de dor, mas escolhi dar destaque aos tópicos que me foram mais importantes atualmente.

Devo confessar apenas que prefiro o subtítulo ao título da obra. Por mais que Um novo mundo seja contextualizado no capítulo inicial e entendamos por que o autor se utiliza desses termos, o nome confere um ar meio profético ao livro. Acrescente-se o fato de que é vendido sob a categoria autoajuda e pronto! o ceticismo de muitos é ativado, inclusive o meu. Não se deixem desestimular. A leitura é realmente mais profunda do que a de livros tradicionais de autoajuda, e, se seu intelecto precisa de convencimento, Eckhart Tolle foi formado pela Universidade de Londres e foi pesquisador e supervisor de pesquisas da Universidade de Cambridge antes de se tornar mestre espiritual. Em outras palavras, ele não era qualquer um, rs.

A sinopse de O despertar de uma nova consciência pode ser acessada aqui.

p.s.: A Lu criou o apelido, e eu aderi. Chamamos carinhosamente o Eckhart Tolle de duendinho. Se vocês virem a foto dele ou assistirem a algum vídeo no YouTube, entenderão o motivo. ;o)

domingo, 8 de agosto de 2010

Meu adeus

É um fato inédito postar três vezes em um dia, mas este é o post essencial de hoje e destoa completamente dos outros dois. Recebi agora à noite a notícia de que uma ex-aluna cometeu suicídio. O amigo que me contou soube enquanto eu estava viajando e esperou para me ver pessoalmente para relatar o acontecido.

É um momento de choque e de compaixão, infelizmente tardia e inefetiva, porque não posso sequer tentar ajudar a M. A lembrança que tenho dela é de uma pessoa sempre alegre e ativa, que não condiz com todo o processo de autoisolamento que culminou em sua morte. Ela não deixou nota ou explicação. Não fez alarde, não acusou alguém ou uma situação. Deixou um mistério para nós e a dor para os mais próximos.

Como meu amigo disse, somente uma dor existencial muito grande justificaria esse ato. Concordo com ele. Uma dor desse tamanho pede nossa compaixão e nosso amor.

Não sei o que pensar sobre a morte. Não sei se ela é passagem, fim ou recomeço. Por hoje, vou escolher acreditar que a M. encontrou a paz.

Os meus favoritos no twitter

Entrei no twitter na semana passada. Já descobri que adoro ler os tweets da marianamarques, que é colega dos tempos de Colégio Irmã Maria Montenegro, e do Dudu_Tavares, com quem estudei na faculdade de Direito.

A marianamarques tem tiradas como:
qualquer dia escrevo um poema regionalista intitulado "o que é uma muié sem um vrido de acetona"

"quem não aguentar que corra", já dizia aquele filósofo XANDD, daquela escola literária aviões do forró.

queria mandar um beijo especial para você que escreveu com o dedo indicador na poeira do meu carro: "TAÍ TEU BRINDE".

E os meus tweets favoritos do Dudu_Tavares até agora são:

Estude bem o passado do seu candidato. Como vou votar no Plínio, ainda estou na parte em que ele foi contra o Tratato de Tordesilhas.

Prefeitura divulga dados da Gestão Fortaleza Bela. Foram abertos 12 Postos de Saúde, 15 Escolas e 5328 buracos.

Como sou um cara plural, aceitarei que preguem no meu carro todos os adesivos de político oferecidos nos sinais. Serei tão coerente qto eles

Pode batizar o filho de Ledo Engano?

E mais, conversando a 140 caracteres com a Mari, soube que ela lançou um livro em 2009! Transatlântico é o nome.

Que legal!