domingo, 28 de junho de 2009

Everything

Essa é uma das minhas músicas preferidas no momento. Não é nova, mas sou meio desconectada das novidades mesmo, e o que é bom de fato não tem prazo de validade.

Uma letra dessas só podia ser da Alanis Morissette. Gosto muito de ver o quão humana ela se faz nessa composição, admitindo transitar entre polaridades, reconhecendo ser o que está sendo em cada instante. Há ainda uma aceitação de si por si e pelo outro que acho inspiradora.


Para quem não conhece, a letra é a seguinte:

I can be an asshole of the grandest kind
I can withhold like it's going out of style
I can be the moodiest baby and you've never met anyone
Who is as negative as I am sometimes
I am the wisest woman you've ever met
I am the kindest soul with whom you've connected
I have the bravest heart that you've ever seen
And you've never met anyone
Who is as positive as I am sometimes

You see everything
You see every part
You see all my light
And you love my dark
You dig everything
Of which I'm ashamed
There's not anything to which you can't relate
And you're still here

I blame everyone else not my own partaking
My passive aggressiveness can be devastating
I'm terrified and mistrusting
And you've never met anyone
Who is as closed down as I am sometimes

You see everything
You see every part
You see all my light
And you love my dark
You dig everything
Of which I'm ashamed
There's not anything to which you can't relate
And you're still here

What I resist persists and speaks louder than I know
What I resist you love no matter how low or high I go

I'm the funniest woman that you've ever known
I am the dullest woman that you've ever known
I'm the most gorgeous woman that you've ever known
And you've never met anyone
Who is as everything as I am sometimes

You see everything
You see every part
You see all my light
And you love my dark
You dig everything
Of which I'm ashamed
There's not anything to which you can't relate
And you're still here

And you're still here...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Entre os Muros da Escola ou Ao bom professor II


Fazia um tempinho que esse filme me esperava, e finalmente o vi. É baseado na obra autobiográfica do professor François Bégaudeau, que interpreta a si mesmo no longa, assim como muitos de seus alunos e colegas o fazem. Em resumo, posso dizer que o filme retrata um ano letivo em uma escola parisiense.

Essa síntese não se encontra à altura do longa porque retratar esse ano letivo em uma escola parisiense englobou tantos eventos, erros e acertos, tantas dificuldades, preocupações e discussões, que o filme parece ser um minifilme a cada momento. Enquanto assistia, pensava em quais trechos escolheria para ilustrá-lo no blog, mas a verdade é que qualquer cena poderia ser postada aqui sem comprometer o conteúdo do filme. É que o todo desse filme representa bem o que cada parte demonstra: estar em sala de aula. Isso mesmo, o filme mostra esse único fato assim nuamente escrito sem qualquer outro advérbio, sem qualquer outra consideração. Estar em sala de aula.

O valor desse relato fílmico se encontra no fato de que não é qualquer pessoa que está em sala de aula. François Bégaudeau é um educador, e isso faz a diferença. Poderia cruzar os braços, desmotivar-se em virtude da indisciplina dos alunos (e acreditem que é enorme), fingir estar ali. Aliás, mesmo que ensinasse apenas tempos verbais, gêneros textuais e vocabulário ainda seria um certo fingir estar ali, pois, em face do caráter que François aparenta ter, essa conduta ainda não seria de todo coerente com ele próprio. François está em sala de aula por completo, porque instiga os alunos a debater, a desenvolver ideias, a argumentar, a ter disciplina e respeito. Por causa dele somente é que existe o título alternativo deste post (que faz referência a este aqui).

Ops. Reli o parágrafo acima e parece que estou sofrendo de uma pequena paixonite. :o)
Mas é que, como já fui professora, fiquei impressionada com o modo como François consegue transitar no campo minado que a sala de aula pode ser. Lembrei do medo que tinha de perder o controle total da classe assim que vi François entrar em sala pela primeira vez. E foi assim durante a maior parte do filme. E também durante a maior parte do filme, François me surpreendeu por aproveitar as falas dos alunos e não deixá-las em vão, mesmo que fossem insultos. É uma mostra de inteligência e coragem.

Só que François é também humano, e veremos que comete erros. Um em particular desencadeia uma série de eventos bem tensos. Em outros momentos, seu sarcasmo com os alunos me incomodou um pouco, mas ali também havia a lição de lidar com as consequências do que se fala, já que geralmente seu deboche é motivado pelas brincadeirinhas dos estudantes. Apesar disso, a conclusão não pode ser outra: François Bégaudeau é um bom professor.