domingo, 10 de abril de 2016

Nossa viagem para Bonito

Não é uma ressurreição. Resolvi escrever este post porque vi o interesse de alguns amigos em nossa viagem para Bonito, no Mato Grosso do Sul. Pensei que seria mais fácil falar aqui do que redigir um textão no Facebook.

Há muita coisa sobre Bonito se a gente pesquisar. Para planejar nossa viagem, lemos sites e blogs como Viaje na Viagem, Dondeando por aí e TripAdvisor, entre outros. Há, no entanto, certas informações que a gente só tem quando chega lá. Então, dividi esta postagem de acordo com o que sabíamos antes de embarcar, o que só descobrimos em Bonito e o que ficamos sem saber mesmo depois de ir embora. Em seguida, adicionei nossa programação e o custo dos traslados.

Saímos de Fortaleza sabendo que:

1. Bonito é um dos destinos mais bem organizados do país. E isso é verdade. Assim que entramos em contato com a pousada, recebemos um e-mail da agência Surucuá com informações de todos os passeios. Dissemos quais deles queríamos, e então nos enviaram o roteiro com os traslados incluídos. Depois fizemos um depósito de 30% do valor para garantir as reservas. O restante foi pago ao chegarmos em Bonito.

2. Alguns passeios podem ser cancelados por causa de condições climáticas. Faz todo sentido, né? Enquanto estivemos lá, não pegamos um dia de chuva. Quem visitou Bonito apenas uma semana antes já não teve essa sorte.

O que só soubemos em Bonito:

1. Hospedar-se próximo ao centro da cidade faz toda a diferença. A pousada em que ficamos era ótima. Chama-se Pousada Diamante. Saímos daqui cientes de que ela distava uns dois quilômetros do centro, que é onde se encontram restaurantes e lojas. Achei que daria para alugar bike e se virar assim por lá. Eu só não contava que, do centro para a pousada, eram dois quilômetros de subida! Depois de um dia intenso de passeios, não rolava... Precisamos recorrer a táxi.

2. Qualquer corrida de táxi dentro da cidade, independentemente da distância, custa R$ 20,00. Acrescenta aí no seu orçamento. Viagens para os pontos turísticos variam acima disso, mas não sei se o valor é tabelado também. Um dos taxistas que conhecemos disse que cobrava R$ 60 para deixar e buscar no Balneário Municipal. 

3. Uma coisa chata: nem sempre as agências nos informam de atrações que estão fechadas. Foi o que ocorreu conosco em relação à Lagoa Misteriosa. Contratamos com a agência, mas, quando fomos fazer o resto do pagamento, descobrimos que a lagoa só receberia visitantes no final de abril! Por que não avisaram antes? Humpft. Além disso, certas experiências dentro de passeios também podem estar indisponíveis. No tour da Boca da Onça, o Buraco do Macaco, que é um lugar lindo, estava interditado para banho há dois meses. Pensei que uma solução para esse problema seria pesquisar no próprio site das atrações em vez de confiar na agência. Não funciona. Chequei o da Boca da Onça e não constava informação alguma sobre a proibição do banho no Buraco do Macaco.

4. A cidade é segura. Os bonitenses deixam as bicicletas nas calçadas sem corrente e os capacetes em cima das motos. Podemos andar com celular na mão a qualquer hora. Penso que é um bom destino para quem viaja sozinho.

5. O sistema de van compartilhada pode ser um saco. A gente deu sorte de que os primeiros passeios eram para as bandas além de nossa pousada. Isso significou que o motorista nos buscava por último na ida e nos deixava primeiro na volta. No entanto, no dia em que tínhamos dois passeios, vi o que é permanecer na van, devolver todo mundo para as pousadas e buscar a nova galera que seguirá para a segunda atração do roteiro. É cansativo... Se você enjoar até em elevador como eu, é um suplício. Talvez contratar táxis seja melhor por essa razão, mas fica a critério de cada um.

6. Bem, o único banho de cachoeira de que tenho lembrança na vida era o da cachoeira do Mucambo, lá em Itapipoca. A gente caminhava com um pouco de cuidado para não escorregar e se postava debaixo da cascata. Na maioria dos banhos de cachoeira que tomei em Bonito, a gente nada até a queda d'água. Tenho um pouquinho de pavor de nadar assim, dependendo só da minha condição física e enfrentando a natureza. Além disso, existe o fato de não poder abrir os olhos enquanto submersa, porque uso lentes de contato. Minha solução foi sempre usar coletes, que estão disponíveis nos passeios. Além disso, as pedras machucam! A gente pode, vez por outra, errar a medida e tacar o pé ou a canela numa rocha. Então descobri que o banho de cachoeira por lá é com emoção, rsrs. E eu que ando ficando velha, até pensei em comprar uma sandália que vi uma senhora usando. O calçado serve para terra e água, e protegia bem das pontiagudices das rochas. O Beto vetou porque era muito feio.

7. No domingo, alguns restaurantes fecham (pelo menos em baixa estação).

8. A roupa de neoprene, que vestimos em flutuações, aperta, é quente, mas faz você flutuar! Dá para dispensar o colete, mas ainda assim me senti mais segura com ele.

9. Cada passeio é único. Fizemos dois de flutuação, o da Nascente Azul e o do Rio da Prata. Não é a mesma coisa. Até achei o primeiro uma boa preparação para o segundo.

10. As fotos de Bonito que você vir não fazem justiça ao que você experiencia lá. Sério.

O que voltamos sem saber:

1. Seria melhor pagar mais caro e pegar o voo da Azul que aterrissa em Bonito? Escolhemos chegar de Gol por Campo Grande e ir de van para Bonito. Foi necessário pernoitar na capital tanto na ida quanto na volta em virtude dos horários dos voos. Talvez colocando na ponta do lápis, saia uma coisa pela outra e seja menos cansativo ir direto para o aeroporto de Bonito. Há voos fretados pela CVC também.

2. Compensa contratar táxi ou alugar carro em vez de van compartilhada? Uma das desvantagens que antevemos sobre ir de táxi ou em veículo alugado é que, se houver algum imprevisto no caminho, a gente pode perder o horário do passeio (lá muitas programações possuem hora marcada e número de pessoas limitado). Sem a agência para assumir responsabilidade, como fazer para rearranjar a atração?

Sobre nosso roteiro:

A programação montada pela agência foi assim:

Primeiro dia: Nascente Azul (pequena trilha e flutuação). À noite, fizemos uma cavalgada de 5km (o passeio mais tenso para mim, porque nunca tinha montado um cavalo).

Segundo dia: Boca da Onça Ecotour (trilha de quase 5km, banhos de cachoeira). À noite, fomos ao Projeto Jiboia.

Terceiro dia: Gruta do Lago Azul e Parque das Cachoeiras (pequena trilha e sete cachoeiras para banho).

Quarto dia: Buraco das Araras (em substituição à Lagoa Misteriosa) e Flutuação do Rio da Prata (trilha e flutuação).

Preço por pessoa dos traslados (vans compartilhadas):

Traslado Campo Grande/Bonito/Campo Grande: R$ 200,00

Traslado Nascente Azul: R$ 60,00

Traslado Boca da Onça: R$ 60,00

Traslado Gruta do Lago Azul e Parque das Cachoeiras: R$ 70,00

Traslado Buraco das Araras e Rio da Prata: R$ 70,00

Para encerrar, vou ser nada original e dizer que o trocadilho é válido: Bonito é bonito. Na verdade, é lindo mesmo. Foi minha primeira viagem de ecoturismo, e fiquei encantada com aquelas paisagens, que parecem coisa de filme. Há passeios para todos os gostos, e, enquanto as flutuações me encantaram, o Beto preferiu as trilhas e cachoeiras. Pretendemos voltar um dia para conhecer outros rios e terras.


A Nascente Azul. Linda demais, com flutuação muito tranquila e prazerosa.

Banho no Poço da Lontra, no Boca da Onça Ecotour.

Cachoeira Boca da Onça. Apesar da imponência, o banho nela é super tranquilo. A água fica abaixo da cintura, e não é permitido chegar muito próximo da queda d'água por risco de queda de detritos.

Olha euzinha de colete! Banho na Cachoeira do Sol, no Parque das Cachoeiras.

Casal de araras nos sobrevoa lá no Buraco das Araras.

Flutuação no Rio Olho d'Água. Essa correnteza braba assim só ocorre em um ponto do passeio. Fazemos essa parte a pé em nome da segurança.