domingo, 26 de julho de 2009

Você está aqui para ser feliz

Mais um vídeo. Esse aí o Aluízio me passou por e-mail.



Quem diria que posso tirar lição de vida de um comercial da Coca Cola?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Porque é lindo

Vi o vídeo abaixo no inigualável blog do fabrício. Porque é lindo, resolvi postar a primeira parte aqui. Essa arte faz crer na humanidade: se há um poder criativo como esse em uma mulher, deve haver soluções para muitos problemas dentro de várias pessoas mundo afora.

Deixando de blá-blá-blá, olhem só que legal:



A segunda parte vocês podem conferir em Tempo é areia.

domingo, 19 de julho de 2009

Harry Potter e o Enigma do Príncipe!


Okay, o filme é Harry Potter, então minha tietagem pode impedir uma análise mais profunda (como se eu fosse a crítica de cinema). Aliás, pela dificuldade que estou tendo em escrever este post (já comecei e apaguei várias vezes), vejo que só posso redigi-lo se for na condição de fã.

Já havia mencionado que Harry Potter e o Enigma do Príncipe é meu livro favorito. Depois de testemunhar o aborrescente que Harry foi em Harry Potter e a Ordem da Fênix (livro anterior), era um alívio vê-lo mais relaxado, mais engraçado, mais maduro. Apesar das diversas incursões ao passado de Tom Riddle (o futuro vilão Voldemort), Enigma do Príncipe é um livro bem mais leve, um retorno ao elemento lúdico do universo criado por J. K. Rowling.

No entanto, a principal razão para adorar o sexto livro é o romance entre Harry e Ginny, aquela irmãzinha do Rony que tinha a maior queda pelo Harry desde pequena, mas que nunca tinha sido correspondida. Foi uma surpresa agradável descobrir juntamente com Harry que ele sentia ciúmes da Ginny, e era um barato vê-lo lutando contra instintos, pensamentos e desejos até poder assumir seus sentimentos em relação a ela.

Esses dois motivos que me fazem gostar tanto do Enigma do Príncipe estão presentes no filme, mas não ganharam o relevo que possuem na obra escrita. O longa, talvez para preparar o terreno para o que está por vir, escolheu focar o lado mais sombrio do enredo. Como é impossível retratar tudo o que há no livro, enfatizaram a relação entre Harry e Dumbledore e sua busca pelas memórias de um professor que podem revelar o segredo de Voldemort. É certo que há vários momentos divertidos, e há romance (uhu!), mas persiste o fato de que Enigma do Príncipe tenta ser um filme mais sério.


Mesmo assim, adorei Harry Potter e o Enigma do Príncipe. Ele não desbancou o meu favorito até agora (em relação aos filmes, prefiro o quarto da série, Harry Potter e o Cálice de Fogo), mas puxa! como faz jus ao conjunto da obra. O visual continua lindo, os efeitos são impressionantes, e o longa ainda conseguiu me assustar e me comover mesmo quando já sabia o que esperar.


Foi interessante notar as liberdades que Steven Kloves tomou ao adaptar o livro. Kloves havia escrito os roteiros de todos os filmes exceto o do anterior (Harry Potter e a Ordem da Fênix). Neste sexto longa, acrescentou, cortou e modificou muitas coisas, o que me faz refletir sobre a influência da pressão do mercado nas escolhas de um roteirista. Não deve ser à toa que, só agora que a série já está mais do que estabelecida comercialmente, Steven Kloves começa a se desprender dos livros e a ousar. Por mais que isso possa irritar muitos fãs, acho que há espaço para inovar nos filmes desde que não se descaracterize a essência da saga. Até o presente momento, penso que todas as adaptações foram bem sucedidas.

E olha só que legal. Tinha adorado as cores do filme. Há uma cena nA Toca, cujo colorido é lindo (apesar da cena em si ser bem tensa). Eis que, lendo a resenha do Pablo Villaça, descubro que o diretor de fotografia é o mesmo dO Fabuloso Destino de Amélie Poulain! Talento é talento.

Por último, só falta registrar uma impressão personalíssima. Achei estranho ver um estilo de direção se repetir em Harry Potter. Com exceção de Chris Columbus, que não tem estilo algum, nenhum outro diretor havia dirigido mais de um filme da série. David Yates comandou Ordem da Fênix, repetiu a dose agora em Enigma do Príncipe e retornará em Relíquias da Morte, que será dividido em duas partes. Ao contrário de Columbus, tem uma forma bem marcada de conduzir a câmera, então foi inevitável sentir algo parecido com déjà vu em certos momentos.

Termino com um trechinho da resenha do Pablo Villaça, que deu cinco estrelas para o filme (êêê!) e me deixou orgulhosa. Afinal, não é qualquer filme que arranca elogios dele:

Revelando-se um pequeno milagre no esquema de produção industrial de Hollywood em função de sua consistência ao longo de seis filmes, a franquia protagonizada pelo (já não tão) pequeno bruxo finalmente alcança, em O Enigma do Príncipe, um exemplar próximo da perfeição - e torçamos para que os dois últimos longas mantenham o padrão de excelência aqui atingido. Afinal, já são quase dez anos investidos no universo fantasioso e encantador de J.K. Rowling.


sábado, 11 de julho de 2009

Querer quebrar

As coisas vinham caminhando nesse sentido, mas somente na semana passada percebi algo.

Todos nós temos padrões de comportamento, ditados por motivações internas que muitas vezes desconhecemos. Há alguns meses, caí na minha própria armadilha: dei uma resposta automática, repetindo um padrão de esquivar-me de situações de "risco" potencial, e acabei perdendo uma oportunidade de tentar algo novo. Era um mecanismo tão visceralmente embutido em mim, que só me dei conta do que fizera minutos depois. E depois teimei em dizer que não havia conserto, mas a verdade é que queria que não houvesse conserto.

A ficha que caiu na semana passada tem a ver com isso. Meu problema já não é tanto reconhecer o padrão; a questão é querer quebrá-lo. Descobri um em particular, que emperra minha vida, mas que simplesmente não quero quebrá-lo, sei lá por quê. Continuar com essa conduta implica abrir mão de outras coisas que desejo, mas permaneço presa a ela como a criança agarrada à saia da mãe.

Porque, se a criança está agarrada à saia da mãe, não há como ter as mãos livres para pegar qualquer outra coisa. Não há como sair da zona de conforto.

Não há como viver.

E então as pessoas poderiam me perguntar "Você não quer viver?" É claro que quero. Só que infelizmente ainda quero viver no mundinho perfeito em que não há dor e frustração. Um dos meus desafios de agora é encarar a vida real de todos os dias e fazer que ela também seja minha.

Para tanto, tenho de quebrar o tal padrão. Entendo que, se quero mantê-lo, é porque "ganho" algo com ele. Só que esse "ganho" vem assim escrito por um motivo: é falso. Sua falsidade somente já deve ser razão suficiente para querer quebrar.

Tudo isso me trouxe à mente uma cena de um dos episódios mais bonitos de Arquivo X. Era ainda a segunda temporada, e Scully estava em coma depois de sua abdução. Seu testamento era claro em não permitir que prolongassem sua vida por meio de aparelhos. Quando os médicos desligaram as máquinas, os autores usaram a metáfora da cena abaixo:



Minha corda também precisa romper-se.

domingo, 5 de julho de 2009

Dúvida

Este post contém spoilers.


Depois de ver Dúvida, tinha apenas uma certeza: é um bom filme. De resto, prevaleceu a sensação de não saber. Não saber se o padre Flynn era inocente, não saber se a irmã Aloysius estava certa em seu julgamento, não saber se a mãe de Donald Miller agiu corretamente.

Não saber como redigir o post que queria escrever para esse filme.

Após a leitura de algumas resenhas, a ficha caiu. Era tão óbvio. O propósito do filme é este: deixar em dúvida. Não há como ter certeza, porque o longa foi concebido para fazer o espectador duvidar.

Para quem não conhece o enredo, aqui segue uma sinopse pinçada lá do Cinema em Cinema, em mais uma excelente crítica de Pablo Villaça:

A grande questão apresentada pelo texto impecável do também diretor John Patrick Shanley (inspirado em sua própria peça) gira em torno da natureza da relação entre o padre Flynn e o jovem Donald Miller (Foster): depois de ver o sacerdote colocar uma camisa no armário do garoto, a inexperiente freira Irmã James (Adams) alerta sua superiora, a madre Aloysius (Streep), que imediatamente conclui que algo terrível está acontecendo, decidindo impedir que o padre continue a “fazer mal” aos alunos da escola comandada por sua igreja. Ambientada em 1964, a trama remete claramente aos inúmeros escândalos que atingiram os católicos nos últimos 15 ou 20 anos – e ao suspeitar de pedofilia, as duas irmãs agem como se simplesmente constatassem a concretização de um temor antigo.

Agora que escrevo e me lembro das minhas reações durante o filme, fico impressionada com a vacilação em que me percebi. Isso ocorreu porque vários fatos podem ter mais de uma interpretação. A dúvida principal diz respeito à conduta do padre Flynn, é certo. Mas ela existe porque tudo o que é passível de ser considerado como prova de sua culpa pode igualmente ser interpretado a favor de sua inocência. Donald Miller olha com adoração para o padre Flynn porque o sacerdote é o único que o acolhe ou porque o garoto foi seduzido pelo religioso? Padre Flynn fala tão fervorosamente de compaixão pelos erros dos outros porque é compassivo ou porque busca redenção para seus próprios desvios? E mesmo que seja verdade a segunda hipótese, como garantir que sua trangressão é a pedofilia, e não simplesmente uma crise de fé ou um relacionamento com uma mulher? Há vários motivos para justificar a ira de Flynn ao saber que a irmã Aloysius pesquisou seu passado, desrespeitando as regras ao falar diretamente com uma freira e não com o pastor da paróquia em que Flynn servira anteriormente. Há vários motivos, inclusive o medo de ser exposto como o pedófilo que é, mas simplesmente não há como sabermos.

É ainda fascinante constatar toda a ambiguidade que o filme instaura ao desenrolar-se justamente dentro de um universo em que imperam dogmas, em que o maniqueísmo vige. Na Igreja Católica, pelo menos nos moldes em que fui criada, não há muito espaço para tons de cinza e meio-termos. Pelo contrário, existiram muitos brancos ou pretos e extremos. Em Dúvida, porém, há ambiguidade em tudo. Melhor dizendo, há relativização em tudo. Até irmã Aloysius, conservadora, seca, inexorável, é capaz de atos de compaixão com uma colega que está perdendo a visão.

No entanto, a maior relativização é demonstrada na reação da mãe de Donald Miller ao ser comunicada das suspeitas acerca da relação entre seu filho e o padre. Esse assunto já foi muito bem tratado pelo Aluízio nesse post do Galera_D. Vale a pena lê-lo.

Assim como vale a pena assistir a Dúvida, um filme que causa tensão apenas com diálogos, que trata ainda de outras questões da Igreja, da sociedade e do indivíduo e que apresenta um grande elenco e excelentes atuações.

Por fim, para ilustrar o que falo acerca de atuação, transcrevo aqui um segmento da resenha de Pablo Villaça em que elogia o trabalho de Philip Seymour Hoffman:

E é aí que Hoffman, um ator inteligentíssimo, começa a plantar pequenas sementes de dúvida através de sutilezas brilhantes em sua composição [...] E o que dizer do fantástico momento em que, ao negar a acusação, ele sacode levemente a cabeça num gesto afirmativo, como se desmentisse a si mesmo sem reparar?

No filme, isso ocorre neste momento:



Realmente impressionante, não?