sábado, 31 de julho de 2010

Retornei do Kyol Che

Retornei.

Foram quatorze dias de retiro, doze dos quais passados em silêncio. Por incrível que pareça, ficar sem falar é a parte fácil; mais difícil é silenciar dentro da cabeça. Esse foi meu maior desafio toda vez que sentava para meditar.

Então aprendi que o importante não é silenciar, mas evitar pegar carona nos pensamentos e viajar na maionese. A questão é conseguir se desindentificar do pensamento, apenas observá-lo como quem percebe um fato, e deixá-lo ir. Não adianta brigar com a mente para ela calar a boca - isso só desgasta, e o meu primeiro dia foi cansativo justamente porque tentei lutar. No segundo dia, a pessoa que nos orientava deu a dica: relaxe. E as coisas melhoraram. O ruído mental não diminuiu, mas deixou de me afetar tanto. Houve momentos em que experimentei um silêncio profundo. Ocorreram instantes em que sentia paz e contentamento tais que um raio de sol me emocionou, o calor da lareira me fez sorrir, e a Mata Atlântica pareceu minha irmã.

Retornei para mim mesma.

É incrível como me permito me perder em meio às preocupações, como esqueço que a resposta está o tempo todo aqui agora, no aqui e agora. Só existe este momento. Passado e futuro, apego ao passado e apreensão pelo futuro, isso é criação nossa para nos atormentarmos. Deixando isso de lado, a gente experimenta a vida de verdade.

Para quem quiser saber mais, essa experiência trata-se do retiro Kyol Che, sob coordenação de Samvara Bodewig. Ocorreu no período de 17 a 30 de julho, no Morgenlicht, em Nova Friburgo, Rio de Janeiro.

4 comentários:

Luciana disse...

E aquela mata é linda mesmo, né? Na primeira manhã no Morgenlicht, quando saí para o terraço, me emocionei com o que vi.

Fico muito feliz que o seu retiro tenha sido como foi. A gente se encontra no próximo!

Luciana disse...

Ah, adorei a nova cara do seu blog!

Raquel disse...

Brigada, Lu. bjo

Anônimo disse...

12 dias sem falar!
Você é mesmo uma alma elevada!
Beijo.
ICL