Eu disse:
- Ah, lembrei de outra parte da música:
"Confessando bem todo mundo faz pecado
depois (sic) que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem"
Ele se compadeceu:
- Coitada da bailarina.
Então expliquei por que a bailarina não tem:
- Também pudera. Ela é toda perfeitinha. Não vive, não arrisca.
(Para saber como a bailarina é, ver a letra aqui.)
Gosto de pensar que não sou mais essa bailarina. Utilizando umas metáforas presentes nas minhas sessões de análise, vou dizer que comecei a deixar de ser essa bailarina quando saí da redoma e abri mão do elusivo (porque inexistente) manual "Leia-me que te ensinarei a viver sem dor".
É claro que ainda tenho muito em que progredir. Ainda dá nó na garganta quando caio da bicicleta (occupational hazzard de quem quer acompanhar o namorado ciclista), e a vontade de chorar surge não por causa da dor, mas porque - droga, como é que eu caio! Ainda fico pê da vida quando o meu chefe sugere uma estratégia melhor do que a minha porque - droga, como é que eu não pensei nisso antes? E ainda tenho vergonha de não saber fazer um procedimento no banco ou de desconhecer os passos de uma compra de apartamento porque - droga, como é que eu não sei disso?!
Pois é. Mas permanece o fato de que mudanças estão ocorrendo, e eu, eu que era tão avessa a elas, agora as acolho. Agora a bailarina tem.
E aproveito o ensejo para mostrar a Ciranda da Bailarina na voz do Chico Buarque:
Minha versão favorita é a da Adriana Partimpim (Adriana Calcanhoto para crianças), que não consegui incorporar no post, mas vocês podem conferir em http://www.youtube.com/watch?v=zlY9q2Ctz746.
Deixo ainda registrado que, na minha opinião, a Sandy assassinou a música quando cantou assim:
http://www.youtube.com/watch?v=Ey_tBkYp9ik. "CreolinaAAAA"! Credo.
5 comentários:
Adorei o que você tirou da música. Realmente, "bailarinas" parecem lindas e perfeitas, mas pagam um preço muito alto por essa aspiração.
Ana, cê não vai acreditar, mas eu lembrei dessa música anteontem e entrei na web atrás da letra, até assisi a esse mesmo vídeo do Chico! Pode?! Haja sincronia, rs!
Oops, "assisti", rs!
Agora a bailarina tem isso e muito mais. Eu que o diga...
Nossa, eu fiquei emocionado com o post. Eu conheci a bailarina antes de toda essa revolução. Te amo, Rachel!!!!!!!!!!!
Oi, Rachel,
que saudades! To sumida do mundo real e virtual! Adoro essa música e minha versão preferida é a de Oswaldo Montenegro.
"Não vive, não arrisca." --> não podia ter sido mais incisivo, Márden.
Sempre é tempor de mergulhar fundo na vida.
BJ
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