quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Quem sou eu sem um vilão?


(porque ainda tenho apego à vitimização que me corrói, me fiz essa pergunta)

Quem sou eu sem um vilão?

Parece nem que existe alguém pra contar a história. E se eu não tivesse baixado a cabeça tantas vezes diante de tantas pessoas, quem eu seria? E se eu não amargo e carrego, quem eu sou? Resta o que quando só tem eu?

Resto eu, que ando com as próprias pernas. Manufaturo minha alegria. Levanto quando caio. Vida passa, e eu pego, que ela é minha. Dispo a capa e surpreendo. Tiro o peso sobre minha cabeça, desato a corda nos meus pés. Deixo fazer gol, porque não seguro mais bolas e solto as que agarrei. Rasgo a sabotagem, porque, dá licença, estou mais do que justificada na minha felicidade. Acho o poder que não enxergo. Ponho a criança pra dormir. Digo nãos sem culpa. Não manipulo; pulo um monte de bobagem.

Eu quebro. E sobra tanta coisa.

Eu reescrevo a história. Sem mocinha e sem vilões.